A vasectomia é a ligadura (fechamento) dos canais deferentes no homem. É uma pequena cirurgia feita com anestesia local em cima do escroto (saco), na qual é cortado o canal que leva os espermatozoides do testículo até as outras glândulas que produzem o esperma (líquido) masculino. Após a vasectomia, a ejaculação continua normal, só que ocorrerá sem a presença de espermatozoides.
Não é necessária a internação. É uma cirurgia de esterilização voluntária definitiva e, por isso, o homem deve ter certeza de que nunca mais quer ter filhos. A possibilidade de reversão dessa cirurgia existe, porém não é fácil. Portanto, a vasectomia deve ser considerada como um método definitivo. Esse procedimento geralmente é realizado no consultório médico e o tempo gasto é inferior a uma hora.
Esse método contraceptivo é indicado para homens que já possuem filhos, acima dos 30 anos, visando um planejamento familiar com sua companheira. Também é uma solução alternativa para as mulheres que não podem tomar anticoncepcional ou possuem problemas de saúde.
Muitos homens confundem a esterilização com castração. Entretanto, castração é a remoção dos testículos, diferente do procedimento simples de impedir que os espermatozoides sigam para o pênis.
O homem não fica estéril imediatamente após a vasectomia, pois ainda há espermatozoides armazenados na parte superior do canal, nas vesículas seminais e nos dutos ejaculatórios. A produção dos espermatozoides continua, pois ocorre nos testículos.
São necessárias de dez a dezesseis ejaculações para que o esperma não contenha mais gametas. Caso haja contato sexual nesse período, recomenda-se o uso de outros métodos contraceptivos como a camisinha. E seu uso deve ser continuado até o médico confirmar que não há mais rastro de espermatozoides.
Não se esqueça: a vasectomia não torna impotente o homem, não há uma queda na libido e não há perda de sensibilidade no órgão genital durante o ato sexual.
LIGADURA DE TROMPAS
As ligaduras de trompas abdominais são: a minilaparotomia e a videolaparoscopia.Ligadura de Trompas ou Laqueadura é uma cirurgia para a esterilização voluntária definitiva, na qual as trompas da mulher são amarradas ou cortadas, evitando que o óvulo e os espermatozoides se encontrem. Há dois tipos de laqueadura: abdominal e vaginal.
A minilaparotomia é feita com um pequeno corte acima do púbis. Já a videolaparoscopia é realizada por meio da introdução de uma minicâmera de vídeo no abdômen.
Os tipos de laqueaduras vaginais são: colpotomia e histeroscopia.
Na colpotomia é realizada uma incisão pelo fundo-de-saco posterior da vagina. Essa apresenta um risco maior de infecção. E a histeroscopia, permite acesso às trompas através da cavidade endometrial. Em qualquer tipo escolhido é necessário internação e o uso de anestesia.
É um método contraceptivo definitivo. Antes de realizar a cirurgia, a mulher deve analisar outras formas de evitar a gravidez, pois a Ligadura de Trompas é uma esterilização e não um método anticoncepcional.
O tempo de recuperação varia de acordo com a paciente e o tipo de anestesia utilizado. Recomenda-se atividade leve de 24 a 48 horas após a realização da cirurgia.
Para essa esterilização, é requisitado um intervalo de 60 dias entre a vontade de realizar e o ato cirúrgico. E não pode ser realizada após o parto ou de um aborto, pois são momentos inadequados para essa decisão, em que se apresenta um risco maior de infecção.
A laqueadura não altera o ciclo menstrual e nem causa alteração nos níveis hormonais femininos. Acredita-se que esse procedimento diminui o risco de câncer de ovário. Apesar de ser raro, há casos em que o dispositivo contraceptivo falhe e a mulher engravide, mas essa taxa é pequena, 0,1 a 0,3 por 100 mulheres por ano.
Essa cirurgia pode ser realizada pelo Sistema Único de Saúde (SUS), mas somente serão indicadas a mulheres acima de 25 anos e que já tenham ao menos dois filhos vivos, e que também possuam um planejamento familiar.
O anticoncepcional hormonal combinado oral (AHCO) ou pílula anticoncepcional é um comprimido que tem em sua base a utilização de uma combinação de hormônios, geralmente estrogênio e progesterona sintéticos, que inibe a ovulação. O anticoncepcional oral também modifica o muco cervical, tornando-o hostil ao espermatozoide.
O uso desse método contraceptivo deve ser indicado pelo médico ginecologista, pois somente após análise é possível indicar qual a pílula adequada ao seu organismo.
Recentemente, com o avanço científico, surgiram pílulas com hormônios bioidênticos. Os hormônios bioidênticos são substâncias que têm estrutura química e molecular igual à dos gerados pelo organismo humano. Produzidos em laboratório, a partir de diversas matérias-primas, servem para desempenhar as funções dos hormônios do corpo – desde o controle do ciclo menstrual e do metabolismo até o tratamento da menopausa – e como anticoncepcional.
O hormônio sintético é uma substância processada e manipulada em laboratório e pode gerar mais efeitos colaterais que o hormônio natural ou bioidêntico . O anticoncepcional hormonal combinado oral (AHCO) é considerado um medicamento eficiente na prevenção da gravidez e seu índice de falha é de 0,1%.
Tipos de pílulas
Dentre os diversos tipos de pílulas existentes, as mais receitadas são:
Pílula Monofásica:
A pílula monofásica possui em sua fórmula estrogênio e progesterona com a mesma dosagem. É o comprimido anticoncepcional mais conhecido pelas mulheres. A utilização deve ter início entre o primeiro e o quinto dia da menstruação e termina quando a cartela acabar. Depois, é necessário parar por 7 dias.
Minipílula:
A minipílula ou pílula sem estrogênio possui em sua base somente progesterona. É a pílula indicada para mulheres que estão amamentando e querem evitar uma nova gravidez. Para essas mulheres, a pílula deve ser tomada todos os dias, sem interrupção.
Pílula Multifásica:
A pílula multifásica tem combinação de hormônios com diferentes dosagens conforme a fase do ciclo reprodutivo. Essas pílulas causam menos efeitos colaterais e possuem cores diferentes, para diferenciar a dosagem e o ciclo. A ordem da cartela deve ser respeitada.
Em 2007, foi lançada no Brasil a pílula anticoncepcional que contém em sua fórmula drosperinona e etinilestradiol. Essa nova pílula é mais eficiente por amenizar os sintomas físicos e emocionais causados pelos hormônios femininos, como tensão pré-menstrual, acne e síndrome dos ovários policísticos.
Trata-se de uma cartela de 24 pílulas, cada uma 3mg de drosperinona e 0,02mg de etinilestradiol. Para que o medicamento tenha eficiência, é preciso tomar uma pílula por dia durante 24 dias e 4 dias de intervalo.
Há também a pílula do dia seguinte, que deve ser usada somente em situação de emergência.
TRATAMENTOS E CUIDADOS
O método contraceptivo oral é a prática de prevenção mais utilizada atualmente. Além da contracepção, a pílula anticoncepcional também é utilizada na terapia de algumas doenças que acometem uma parcela das mulheres.
Na parte clínica, os métodos contraceptivos são usados para o tratamento de sintomas de patologias, tais como sangramentos irregulares, cólicas menstruais, TPM, diminuição do fluxo menstrual, endometriose e síndrome dos ovários policísticos.
Existem estudos que apontam que a pílula anticoncepcional pode diminuir a incidência de câncer de ovário e de endométrio, doença benigna da mama, o desenvolvimento de cistos ovarianos funcionais, artrite reumatoide, doença inflamatória pélvica (DIP), gravidez ectópica e anemia por deficiência de ferro.
A terapia com contraceptivos orais também é utilizada no tratamento contra sangramento irregular ou excessivo, acne, hirsutismo (aumento de pelos em locais não comumente femininos), dismenorreia e endometriose. Para evitar alguns desses problemas, têm-se oferecido regimes alternativos de uso dos anticoncepcionais chamados de regime contínuo, quando a mulher não para de usar o anticoncepcional, e regime estendido, quando a mulher o usa por períodos prolongados, geralmente de 84 dias seguidos de 7 dias de pausa.
Esses regimes mostraram que há benefícios e efeitos colaterais nessa nova maneira de usar o anticoncepcional. Um dos efeitos colaterais é o “spotting” ou a perda de sangue (em pequena quantidade) durante o uso do anticoncepcional.
A maioria das pacientes não está consciente desses benefícios à saúde, bem como do uso terapêutico dos contraceptivos orais. Orientação e educação são necessárias para ajudar as mulheres a ficarem bem informadas a respeito de decisões de cuidados com a saúde e aderência aos tratamentos.
INJEÇÃO ANTICONCEPCIONAL
A injeção anticoncepcional é um método contraceptivo que possui em sua fórmula a combinação de progesterona ou associação de estrogênios, com doses de longa duração. A injeção pode ser mensal ou trimestral, e deve ser aplicada na região glútea.
Para os anticoncepcionais mensais, as vantagens e desvantagens são as mesmas da pílula anticoncepcional. Para os anticoncepcionais injetáveis trimestrais, existe a vantagem de serem aplicados a cada três meses, mas há a desvantagem de provocarem a ausência de menstruação no início do tratamento. O retorno da fertilidade (capacidade de engravidar) ocorre vagarosamente, cerca de nove meses após a última injeção trimestral.
A primeira aplicação do anticoncepcional deve ser realizada no primeiro dia do ciclo menstrual (podendo acontecer no máximo até o 8º dia). A segunda aplicação deve ocorrer 30 dias depois, com tolerância de aproximadamente três dias, nos casos dos preventivos mensais.
O anticoncepcional em injeção possui o mesmo mecanismo de ação das pílulas, pois ele suspende a ovulação, reduz a espessura endometrial e espessa o muco cervical. O fluxo menstrual pode diminuir devido a maior quantidade de hormônios no método contraceptivo.
O uso do contraceptivo injetável trimestral é indicado para as mulheres que não podem ou não desejam o uso do estrogênio, pois sua base é somente de progestágeno.
A injeção anticoncepcional também pode causar dor de cabeça, acne, alterações do humor, redução da densidade mineral óssea, vertigens e aumento de peso. Entretanto, possui efeitos benéficos, como alívio da menstruação e melhora da anemia, redução dos sintomas associados à endometriose, dor pélvica crônica, redução do câncer de endométrio e possível diminuição nas crises de anemia falciforme.
É um método contraceptivo muito eficaz, com apenas 0,1% a 0,6% de falha para a injeção mensal e de 0,3%, para a injeção trimestral, o que é equivalente à eficácia da ligadura de trompas. O uso desse método deve ser recomendado pelo médico ginecologista e a sua aplicação deverá ser realizada em farmácia com receita.
Amanda Taylor.